eu queria ser o diabo
e não eu.
precisava lamber suas coxas soneto
lamber suas coxas soneto
vejo a janela quebrar
só a cachorra late
mas ninguém.
meu peito enclausurado de medo
de não ser
quem?
meus passos são apenas passos
no asfalto
sem métrica e sem janelas
sem eu
lamber as ruas
por quem?
seus beijos versos heróicos
que beijos?
pálpebras treinadas para ausências
o canto do meu quarto tem a minha forma
e só a minha
só.
a boca fechada sem setas
tem um eclipse do mundo
que ninguém vê.
queria cuspir na mesa
um coser de coisas
minhas e minhas
que não são.
e sou passos
sem gritos.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
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