quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

bolero sem mundo

As suspeitas varrem espaços
os espaços são todo o mundo.
O mundo não me vale nada.
Eu sou mais que o mundo.
O rachado no muro é mais que o mundo.

O compasso das pernas do sem destino.
Sorrisos feios de ricos dançando toscos.
Ressalvas foscas de corpos lá da mentira.
Que vale o tudo?
(que é as coisas
tão tristefeias
não nos merecem
cadê meu túnel?)

Há também os que se derretem, que se entregam sem s'importam, que simportam sem precauções, que mergulham no que vier. Há quem escave incessante visualizando diamantes que não o são. Que se o mundo for 1 será promessa secreta, que se o mundo for 2 será confusão que constrange e encolhimento. Há os que lêem mapas e vêem mundos. Há os mundos que adiam rir. e letras palavras gorgulhos festa na casa do joão! quem visa. percalço.

dedos densos
(pra surpreender
os vazios
é preciso veloz.
não sou mais)
porco prenso
prato pênsil
dedilhados os passos do ar.

sopros novos só vem assim.
Para os novos.
Membros feitos
receitos, assim.
Vive bem quem
assim.

o sorriso dançando
maldoso
os meus dentes
sorrindo
sem mim.