nas histórias certas o céu encosta no chão
e os pés têm segredos.
O segredo dos grilhões: eles dançam
giram e enroscam em gritos -
o ferro é alquímico,
o sorriso de torto -
no canto assobiam
um vento desvendo o deslize.
O segredo do hades: é pouco.
O vasto desfoca paredes.
Um segredo do pouco: expande -
caminha na areia despida
e o que falta são olhos
buscam horizonte nas pedras
e os fundos flutuam.
O segredo do céu: revolta
tropeços não serão qualquer basta
os tijolos já deitam, derrota -
um lugar já se aceita não mais.
Suas bocas lambuzam arestas
Você sonha com passos em seios
Você pensa em trilhas terríveis
Os seus pés distraídos rodeiam -
buscas tristes dos céus que desabam.
Você sabe o que os olhos cobiçam.
Você sabe quais mundos desabam.
Você sabe as paredes que morrem.
Você sabe os traços perdidos.
O segredo dos passos: é solto.
Nossos soltos somos a secura.
terça-feira, 17 de junho de 2014
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