"Ela desaparece, é essa a única qualidade nela que me interessa. Se permanecesse, seria totalmente desnecessária - mais do que já é."
Luís Buñuel, cineasta espanhol, em palestra sobre Surrealismo na Universidade de Sorbonne, Paris, 1968.
"Quando eu era criança... Consigo lembrar bem de uma coisa. A primeira vez que eu li um gibi do Flash Gordon. Manhã, cinza, a Guerra já chegando no fim. Minha mãe sentada olhando. Um primo chega, vai conversar com ela - deixa o gibi na minha mão, me despacha. No começo eu ainda ouço um pouco da conversa deles - soluço engasgo choro etc - mas depois de um tempo curtíssimo eles simplesmente desaparecem. É só ZUM FLASHT BANG POFT BOING ARBHRHAKZ, a luz do quarto se dissolvendo e meu corpo deixando de ter sentido, aquela coisa toda tremendo na minha mão, e minha consciência resolvendo voltar - jazz no vizinho, bee-a-boo-la-beebop-boob-ba, os compassos tremendo em mim - foi meu primeiro orgasmo e quando decidi o que queria fazer da vida."
Thomas Pynchon, escritor norte-americano, em palestra privada na comemoração dos 30 anos de publicação de 'Gravity's Rainbow'.
"Não entendo a obsessão que nós, ocidentais, parecemos ter com a guerra, quando há tantas coisas mais interessantes no mundo - mulheres, por exemplo. Mas o louco devo ser eu, obviamente."
Gustav Klint, pintor austríaco, em carta a amigo, semanas após o estopim da I Guerra Mundial.
"Não acredito em uma causa negra, não acredito em uma causa dos pobres, não acredito em nada do que costumam me dizer, mas gosto que me digam. Eu compartilho o que não acredito com todos meus amigos, eles gostam. A única vez em que acreditei em algo, que me lembre, foi ontem, no palco, quando o suor cobriu meu rosto inteiro e eu nem conseguia mais soprar direito e assim mesmo a música continuava saindo. Você acredita em mim?"
Miles Davis, músico norte-americano, em ligação telefônica a uma de suas amantes interceptada pelo FBI.
"Felizmente eu não me preocupo com esse tipo de coisa, não mesmo, já superei essa fase há tanto tempo... O que eu faço agora é muito mais importante, interessante e tudo mais. Ah, o quê? Não, é claro que eu não posso te contar, qual seria a graça? O que eu posso dizer é que o que eu faço hoje está para o que eu fazia antes assim como o que eu fazia antes está para a vida, ou algo assim. Qualquer dia você vê. Prometo que você vai se surpreender."
Adolph Hitler, ditador alemão, em carta aberta à mãe, parentes e conhecidos, 1935.
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7 comentários:
E é isso que faz a Internet ser tão boa: ela deixa termos contato com coisas que nunca imaginaríamos. Esse conhecimento todo nos ajuda a entedermos o mundo, dá força para mudar as coisas.
A Internet é a invenção mais importante do século XX.
Eu acho que é tudo isso e um saco de farinha.
De rosca.
Essa série de posts sobre a Arte está muito boa:
a)Ela não chega a ser Arte.
b)Com alguns comprimidos de LSD ela adquire um caráter metalingüístico.
c)Assim como as alternativas anteriores, ela se constitui em um não-constituir, em um paradoxo.
Aliás, Arte é uma palavra tão idiota. Não, ela não é uma palavra idiota. Na verdade, ela é uma palavra qualquer, que pode ser (e é, freqüentemente) usada para fins e/ou designar coisas idiotas. Acabei de dar um exemplo prático (e idiota) disso ao dizer, em uma conversa: "A Arte de mudar completamente de assunto". Isso não é arte, porra. Isso é conseqüência da interação.
Eu gosto da Arte pelo que ela não é. Pela (des)pretensão. Pela sua descontextualização, pelo processo de biópsia ao qual ela é submetida. Pela. Por. Para. Simplesmente.
:/ imagino que o pai Thomas Pynchon tenha morrido na guerra e a mãe foi receber a notícia... incrível como é possível se abstrair... ser aleatório... e ainda fiquei estupefata com o final da carta de Hitler.... ele não surpreendeu só a mãe e amigos...
me pergunto o que faz o FBI interceptar ligações de um cantor pra uma das amantes.. me faz pensar se não tinha algo com a ameaça comunista e guerra fria... :/
eu sei que a arte está em tudo mas eu não quero discutir sobre ela. u.u nem sobre o envolvimento que esse povo teve com a arte.
Artrite.
"A única vez em que acreditei em algo, que me lembre, foi ontem, no palco, quando o suor cobriu meu rosto inteiro e eu nem conseguia mais soprar direito e assim mesmo a música continuava saindo. Você acredita em mim?"
adorei isso.
« Heureusement je ne m'inquiète pas avec ce type de chose, non même, déjà ai dépassé cette phase ai de telle façon temps… Ce que je fais maintenant est davantage important, intéressant et tout plus. Ah, quoi ? , Ce n'est pas clair que je ne peux pas te compter, ce qui serait la grâce ? Ce que je peux dire est que ce qui je fais aujourd'hui est pour que je fais avant ainsi que lequel je faisais avant suis pour la vie, ou quelque chose ainsi. Tout jour tu voyez. Je promets que tu allez se surprendre. »
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