o espaço vazio de três mil pessoas gargarejando em cabines dança na sua cabeça sem parar e você só pode perguntar a papai qual é a mesada agora, e ele te paga em iens, depositados no banco de outro bairro, trinta maços, um tanque ou um taco
grito grito pausa grito pausa grito grito grito grito pausa pausa pausa pausa pausa. pausa. pausa P A U S A página trintaenove o telefone enrouquece abaixa a cabeça suor na ponta do lençol esticado um gole talvez de gosto-sal e eu quero um soco dentro de você e as entranhas se sacudindo eu engulo seu corpo todo quando posso quando podia quando pudesse quando poderia se houvesse quando quando nunca quando quando?, rastejei assim lá fora mas porta e outra porta eu grito esbarnecendo cantilongando tresborferindo atriganjendo até que chão dedo esticado olhofecha reabre algumatela susrespiro estatelo sob-revivo mais tarde a campainha simplesmente não mais há
2 comentários:
Ding-ding, Longdongsilver meu chapa.
já dizia aquele cara(acho que Tristan Tzara):
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
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