os fantasmas violentam o passado
com braços soltos despregados
os olhos de vinil d'um tigre
esmagam afobados o caminho:
as ruas nunca se fazem de lei.
um bloco de vazio
talhado feito mar
um galope de senão
visto em risada má.
há passos na pedra
os pés de um pânico
que atravessa
pão
a
pão
os braços dados de amantes mortos
que ainda não sabem que já morreram
e por isso mantém eretos esqueletos esfacelados
que logo se tornarão arquitetura.
as sombras sem sombra percorrem as ruas
violando túmulos esquecidos e riachos invisíveis
botas pesadas que escoam pelo chão.
as cidades que lambem suas pálpebras
lagartos de veneno macio.
eu vivi pompéia no vento
e locarno no alto
e medina na cruz.
e perdi
devagar
os mapas
e
as ruínas
com cuidado
avancei
trieste
cruzadas
foguetes
errados
aquedutos
perecer.
defora do mercado
prossegui
exaltado
a procissão.
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Um comentário:
Recomendo-lhe a leitura de Said Ali. Talvez o mestre estanque em você a diarréia sociológica.
(Isto foi um aceno, colega)
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