Leandro não, porque era burro. Marcelo não, era muito rico. Marcos não, porque era feio. Maurício não, falava demais. Tiago não, era judeu. Sobrou então Fernando para vencer.
Começa simples: na escola, um dia, percebe que sua prova era outra. Resolve-a como sempre resolvera, sem pensar muito. Depois conversa com os colegas e as questões são diferentes. Não totalmente, mas as dele pareciam todas ter uma informação a mais. Uma mistura de dica e mensagem. Ignora; por que pensar sobre isso?
Depois as mulheres o amam mais. A gasolina custa um pouco menos. Acorda e o cabelo está penteado. As lâmpadas acendem quando se aproxima. Os temperos sempre vêm de acordo com seu gosto.
Aos 23, faz-se um filme quase por acaso. Todos parecem um pouco mais qualificados do que se esperaria. Os críticos encontram nuances nas palavras do roteiro e nos olhos dos atores nas quais ele nem pensara. É um sucesso, na medida do possível - do seu possível.
Sua carreira avança independente de sua vontade - as coisas fazem-se a si mesmas. O quarto filme é um libelo - contra tudo de ruim e por tudo de bom. Todos que vêem se sentem representados. É eleito prefeito.
Enquanto governa, os impostos caem e os empregos crescem. Nenhum escândalo. Ele não se lembra de metade das coisas que faz. Casa-se com uma mulher boa. A festa é transmitida na tv - muitos rezam por sua felicidade e para que ela esteja à sua altura.
Acorda um dia presidente. Outros países anseiam por serem absorvidos pelo seu. É declarado filho de Deus. As crianças que o beijam aprendem a voar. Para de envelhecer. Quem o vê desiste de guerrear.
Certo dia todo o mundo vai para o céu. Menos ele, que fica sentado jogando cartas.
Todos voltam anos depois e o matam. Vai para o inferno e descansa.
Todos voltam anos depois e o matam. Vai para o inferno e descansa.
2 comentários:
O Esporte de Ouro.
aceleração!
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