sexta-feira, 28 de setembro de 2012

liberdade-horror

Manto, céu, terror ou canto:
que pecado devo arder?
Os opacos de um santo
vão tremendo até: silêncio.

A cólera tropical venenosa de uma flecha torta e morta
me fez lento adstringente e burro,
um rastro
lancinante
de torpor
deitado à beira do lago. dissolvendo. pouco. rouco.

Deita dança sempre outro
refestança, vale andar;
corpo leve sem a alma
língua sangra pelos olhos.

o grito emudecido de um gato
um gato triste e feio sem os pelos
um gato sua mente o sol
mente o céu e pergunta por que tudo?
"ora senhor é inadequado que as coisas sejam
como são
as coisas
afinal as minhas patas doentes mal podem agarrar
o espírito de uma mulher
ou os olhos de meu pai
como posso viver
assim
em mundo tão perverso?"
, ronrona.

Desce douto feito monstro
lindo traço de amargor,
vomitando algum compasso
me elimino, até mais ver!

o que da glória e dos cantos e do sempre?
e do martelo e do fogo e do um?
se eu
só espaço
sem dádivas
cambalache por aí
mil bobagens
de salto em salto sem grilhão.

Nenhum comentário: