os dedos do homem dormindo
também são de Bach
enganam carne, ossos, tempo
flutuam igual.
sábios que salvam jovens
sabem sobre espaço curto
o sábio é quem desiste.
o sábio lamenta, ou não é.
os meus corações são de pisar
ladrilhos, quadrados, mortos
são sorridentes mortos
respondem impossíveis, pontes
eles respiram feio.
as tropas de toda a glória
os passos que esmagam história
os braços forjando memória
existem para não existir.
são fumaça.
o meu amor é torto
feio, velho, morto
deseja o passado falso
corteja o invisível, o escape
se esconde em becos, fracasso
e por isso se lambuza, sublime.
o meu amor é agora.
mais do que todos os saltos
ele não se devora.
o meu amor desmorona
de olhos abertos.
e nos campos desnudos
inférteis, bocas de ponta cabeça
só a minha voz desliza
o mundo são os gritos de alguém.
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