sábado, 9 de fevereiro de 2008

os hífens

ele entra tão às vezes
(de quantas vezes você falou?)
perturbamos as paredes
(há quanto tempo estamos aqui?)
caminhou o seu turbante
(me viu no dia, lá tão bem longe?)
nunca sentiu não calor
(não me dê resposta.)

agora senhor
quando vier dançar
traga de antemão
(eles já sabem, tanto assim, afim?)
estamos entendidos?

eu gosto de quando
você sai de dentro
de tudo
do resto
daquilo que eu nem sei
(o centro dele não sou eu)

adora tanto entender
a briga irresta, sem corda
(passa a mão pra bem mais longe)
o aproximando, morte
não entende, não, não pode.

(se então
for assim?)
me diz então
quando é?
(quer saber)
você, deslidançando
(eu não sinto, por favor)
qual será?
quer entrar
(não, o então)
quer benzer
(o outr'além)
(você chegar)
(pensando, além)
o entreter.
(você, não eu.)

Um comentário:

Anônimo disse...

essas poesias de versos (convenhamos) curtos sempre fico com impressão de valsa. em que cada verso acontece durante um passo. e durante toda a evolução de uma música se desenvolve a cena... e o assunto não ajuda muito a eu me desligar desse clichê... :/

e eu digo: cadê os hífens?
._.